Depois do email do meu pai de ontem fiquei impossibilitado de escrever já que eu queria curtir um pouco as palavras que ele me escreveu... e chorar também, pois é, estar fora do seu país faz você ficar um pouco carente. Conseqüência disso foi que acumulei muito assunto e tenho que resumir ao máximo como foi o dia de ontem e como está sendo hoje.
À CAMINHO
Como eu disse no sábado fomos convidados para ministrar na Assembléia de Deus. Acordamos cedo nos arrumamos e fomos para o nosso destino. Agora não necessitamos mais pegar táxi nem van para ir para a Igreja já que um dos líderes de outra base daqui de Angola foi para o Brasil e deixou o seu carro sob a responsabilidade do Marcos. Indo para lá, fiquei com o meu coração bem apertado pois mais uma vez tive que conviver com a imagem de nós indo para a igreja enquanto os adolescentes da casa ficam a olhar para nós irem para igreja. Eles não podem ir já que fica muito distante a igreja mais próxima e eles amam ir para a igreja. Ontem a noite eu perguntei ao Nelson há quanto tempo ele não vai para a igreja e ele me disse com um olhar triste “há um ano”. É triste ver quantas pessoas que lançam fora essa oportunidade enquanto outras valorizam, mas não tem oportunidade de realizar. Dentro do carro, sob a poeira da estrada me questionei a Deus o porquê dessa situação. Como eu escrevi na última semana eu não posso fechar os meus olhos para isso e me regozijar com o meu bem estar já que não preciso ter o trabalho de andar ou pegar um táxi. Justiça no original hebraico significa “tsédek” que traduzindo ao pé da letra é “tudo na posição correta”. Olhando para essa situação vejo que isto está na posição errada e nós como agentes de transformação precisamos mudar esse quadro. Deus conta comigo para mudar essa situação, conta com você.
UM DIA DE FAROFEIRO
O culto foi uma benção. Encenamos uma pantomima (peça apenas com gesto e com um fundo musical) e logo o André pregou. Para quem disse que não era o seu forte e dizia estar nervoso, ele foi muito bem. Como eu digo “André esconde o jogo”. Foi uma palavra pregada com ousadia e que se encaixava com que a igreja precisava.
Após o término do culto e uma longa espera do lado de fora, fomos direto para praia onde iríamos almoçar e logo depois teríamos um tempo de lazer com os membros da igreja. Foi engraçado me acostumar com a idéia de almoçar na praia já que para nós brasileiros é ser considerado “farofeiro”. Aqui em Angola se é farofeiro é porque tem boas condições financeiras para se fazer uma refeição. Toalhas estendidas, pratos a postos, e panelas a espera. Tinha muita comida. Pegamos de tudo um pouco como nos foi aconselhado no dia anterior. Já que aqui em um almoço diante de uma visita é bom repetir a refeição mais de uma vez e comer de tudo um pouco.
Logo após, eu, como um bom carioca, não pude deixar de aproveitar o mar. Conversamos com muitos angolanos e tomamos muita coca-cola. Para completar ainda levamos uns salgadinhos e bolo para o café (essa é uma atitude de um farofeiro nato).
Para terminar eu queria que você que tem nos acompanhado que orasse por nós e pelas crianças do projeto. Temos enfrentado muitas lutas espirituais e precisamos de oração para que Deus possa nos ajudar.
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