terça-feira, 19 de outubro de 2010

18/10/10 Um dia feliz

A noite novamente não foi das melhores porque os ratos voltaram e tiraram um pouco a minha paz e a do André. Conseguimos uma estratégia descobrindo o esconderijo deles e ligando nossas lanternas para que não saíssem e quando saiam nós dávamos um grito para que eles voltassem. Tenho percebido que a questão dos ratos tem sido uma questão mais espiritual do que natural. Hoje foi um dia que precisávamos estar dispostos já que começamos integralmente o trabalho com as crianças e como um modo de impedir isso ocorreu tal fato e para mim ainda teve um acréscimo já que não acordei bem da barriga. Porém isso não foi impedimento para que tivéssemos um dia muito proveitoso e feliz.
Acordamos bem cedo e tivemos um período de intercessão e após uma breve reunião com o Marcos e a Viviane. Estabelecemos algumas estratégias para o trabalho, “matabichamos” e fomos para o trabalho com as crianças. Foi uma festa quando chegamos, aliás, antes mesmo de nós as vermos elas já vem correndo ao nosso encontro, sempre com muitos beijos e abraços. Percebi que a Viviane é uma guerreira ao dar conta das 80 crianças. Elas não são mal-educadas, mas como toda criança gostam de gritar, fazer bagunça e de vez em quando brigarem umas com as outras. Elas são divididas em duas classes de 40 cada. A estrutura da sala de aula é razoável, como a da escola, já que a base tem dado almoço para todas elas. O problema maior é que faltam pessoas para ajudar. Tivemos que elaborar uma atividade no susto já que não tínhamos nada planejado. Jessica e André em uma sala, eu e Vivis em outra. Contei a história da arca de Noé (que na minha versão ficou “barco de Noé” para facilitar o aprendizado)e ensinei uma música. Para finalizar eu perguntei para a Viviane se tinha folha de papel para que elas desenhassem. Ela me respondeu afirmativamente e me levou na sala onde estavam. No meu pensar existia uma sala para os materiais didáticos. Eu quase sai correndo quando vi o estado da sala: folhas espalhadas para todos os lados parecendo que o furacão katrina tinha chegado a Benguela. Outro detalhe que é importante ressaltar para que vocês saibam como é a situação aqui é que as crianças são obrigadas a fazerem as suas necessidades fisiológicas no mato por não ter banheiro. Quero que vocês entendam que os missionários do projeto têm dado tudo o que podem para que esse trabalho tenha o mínimo de estrutura, mas por diversos motivos financeiros e de necessidades de pessoas são obrigados a enfrentarem esse tipo de situação. Quem vê, a vontade que dá é tirar tudo que você tem para que as crianças tenham o mínimo de condição. É triste ver um quadro desse. São inúmeras as necessidades que os obreiros passam, mas, sobretudo os aplaudo pela garra e o amor com que levam esse trabalho.
À tarde retornamos e mais uma vez tivemos que “se virar nos 30” para elaborar uma atividade para eles. Mais uma vez o grupo se separou em dois. A outra sala ó se ouvia a alta voz da Jessica para que eles ficassem quietos enquanto o André colocou o seu talento de advogado familiar tentando reconciliar as crianças que brigavam. Uma dificuldade que estamos enfrentando é que uma criança tem dois nomes podendo chegar a quatro nomes dificultando o ensinamento do próprio nome. Exemplo: uma menina foi registrada como Aline, conhecida pelos colegas como Julia e em casa chamada por poliana. Isso é normal aqui. Não só para as crianças como dos mais velhos.
Até amanhã!

2 comentários:

igreja batista renascer disse...

Oi Tiago, estamos mt felizes por vc nesta missão, e tenha certeza q estamos cobrindo vcs com orações... Kara Deus é contingo por onde qr q fores! sei q as lutas espítuais serão grandes, + ñ temas, o Senhor segura na tua mão. diante desses relatos fico ate sem palavras, + feliz por vcs terem chegado a tempo de fazerem alguma coisa , e coisa boa , por essas Crianças.... estamos juntos.
Q Deus continue usando trtemendamente vcs. Bjs!
Shalon Adonai!

Unknown disse...

Nossa tô impressionada com tamanha dificuldade, hj estarei orando sempre por vc pq nestes casos é preciso sustentar mesmo em oração.Agradeço a Deus pela sua vida e de seus companheiros, pq vcs são servos valorosos do Senhor!
Bjs e fiquem com Deus.