quinta-feira, 26 de junho de 2014

California

Voltei!

Parecia que nunca voltaria novamente para esse blog. Parecia que as palavras eram como rios em um deserto: escassos, mas me senti impelido novamente a escrever, nao para um publico ou para ter sucesso, mas para mim mesmo, como um memorial que no futuro me servira de base.
Depois de Angola muita coisa aconteceu... e uma delas foi o sentimento de que nunca mais voltaria ao mundo, que minha casa seria como uma prisao para mim. Mas, Deus escreveu seu "mas" e eu estou de volta, estou nos EUA,  especificamente na California e depois de um rapida passagem por Miami.
Eu noa escrevi sobre Miami porque foi um tempo para passear, de estar com pessoas queridas  e de conhecer brasileiro. Aqui na California e diferente porque tenho a oportunidade de conhecer a cidade sozinho, como tambem de me conhecer. Pois e... quando vc se ver consigo mesmo e complicado. Que voce precisa buscar alguem que possa te entender e ate mesmo estar com vc. E nessa hora que vc (re)descobre Deus. Ele passa a ser seu amigo novamente, Ele passa a ser intimo seu novamente. E e nisso que eu tenho visto. 

terça-feira, 17 de abril de 2012

Tanto tempo

Tempo...
Essa é a palavra que tem me perseguido durante um tempo. Por trás desse vocabulário existem outros significados: Mistério, dúvidas, o bom e o mal, o feliz e o triste.
Tempo em que não sei, que não posso prever, mas que estou construindo. Uma casa sem endereço, sem vizinhos, sem teto, sem parede. Mas que precisa ser construida.
Tempo que não me permitiu não escrever, viver no silêncio, sofrendo a delícia da dor.
Tempo que me silencia; tempo que me é um força impulsória para baixo e que somente eu posso controlar e ser senhor dele.
Tempo que me mantém junto mas que separa deixando marcas
Tempo que me faz esperar tempo que me faz desacreditar
Tempo que me estabiliza mas que me faz me manter na corda bamba da vida.
Tempo que é tempo

domingo, 9 de janeiro de 2011

Música

Ela sempre esteve próxima de mim, mas depois foi se afastando aos poucos como que não queria compromisso e eu não corri atrás, eu não fiz juras de amor e hoje eu sofro muito pela sua falta: a música.
Eu quero ser música

sábado, 1 de janeiro de 2011

Será?

Estava longe um pouco do blog e confesso que senti bastante falta de escrever, de falar sobre mim porque toda vez que escrevo exerço uma catarse no qual consigo entender o que está a minha volta como a mim mesmo. A rota do universo gira e eu faço parte dela e por isso a importância de ter a consciência do meu papel só assim eu consigo entender o plano de Deus para minha vida como a parte dessa grande corpo no qual faço parte.


Eu quero começar o primeiro dia do ano voltado a fazer o que é minha paixão: escrever. Às vezes custa tempo, custa a mim, separar um tempo para poder deixar minha memória no papel e poder expor para quem quiser ler.

O ano novo chegou: fogos, alegria, branco e muita festa. Estou em Marataizes-ES e puder ver isso aproveitando a festa universal com os meus pais depois de um ano longe deles- com poucas visitas durante o ano- e com meus irmãos. Depois dos fogos, a realidade. Cada um voltou para casa e se esqueceu do branco que vestiu ou das promessas feitas há poucas horas atrás. Meus pais voltaram para o apartamento que estavam e eu continuei com os meus irmãos na praia. Fomos em direção à festa que estava rolando ao som de muita música descartável. Eu logo voltei enquanto eles permaneceram.

E no caminho pela volta vi muita mulher bonita passando (o olhar solteiro acaba ficando mais aguçado) e me deu vontade de ficar ali com os muitos caras que estavam por lá bebendo e azarando a todas elas, me deu vontade de ser um jovem qualquer, mas lembrei que não foi essa a vida que eu escolhi. Eu prefiro me guardar, esperar o tão sonhado casamento com uma linda esposa no altar. Utopia? Às vezes me parece que sim, soa sempre no seu ouvido: deixa de ser otário. Eu sinceramente não sei em qual dos dois lados está com a razão, mas em uma escolha sempre haverá dois lados.

Voltei para casa, liguei o computador e fiquei assistindo DVD e com a vontade ainda batendo no meu coração.

Há poucos dias indo para igreja com o meu pai ele me fez a seguinte pergunta: “Você acredita completamente em Deus?” o sol que estava indo e a pergunta que vinha como um vento forte. Eu fui sincero dizendo: “às vezes não”. Sim, tem momentos em que a minha incredulidade me faz acredita que Deus não está ao meu lado, de que Ele não existe ou que simplesmente não está nem aí para mim. Eu queria poder ser um daqueles super-crentes que são super em tudo. E expliquei para o meu pai o porquê: a maioria das vezes é a nossa experiência que direciona as nossas decisões e sentimentos. E eu nasci na igreja e ouvi diversos sermãos e versículos sobre quem e Deus, digo que ainda sou um aprendiz. A minha fé não vem pelos anos de igreja que tenho, mas no relacionamento que construo com Ele. Na fé não existe fórmulas ou cálculos exatos.E é exatamente nesse ponto que titubeio e na minha fraqueza não confio completamente no meu Deus. Porque fé é se esvaziar de tudo o que você tem ou formulou durante anos para que em sua mente esteja direcionada somente para a confiança de quem Deus é. Imagine a situação de um menino chamado José, o querido pelo pai que no outro dia se viu rejeitado pelos irmãos, que é vendido como escravo e após muito esforço consegue a confiança para administrar a casa de alto funcionário do reinado. Quando ele achava que estava tudo bem e que já teria uma aposentadoria como um escravo diferenciado se vê na acusação injusta e vai direto para a cadeia. Como explicar isso? Como continuar acreditar que um dia tudo será flores se na sua história a única coisa que se sente são as pedras que são lançadas sobre sua vida? Foi nesse momento que o seu conhecimento, a suas técnicas de administração do lar e o seu ciência foi por água a baixo: começar tudo do zero. Ir a uma prisão, revelar o sonho: mais uma vez decepção. Ele acreditaria que alguém que viveu e passou pelas mesmas dificuldades que a dele se lembraria facilmente para aliviar a dor de estar preso.Será que ele não pensou que Deus não estaria ao lado dele? Depois de muito tempo, muita luta, finalmente chegou a realização daquilo que nunca passou pela sua cabeça.

Da mesma forma eu acredito que tem momentos nas nossas vidas que vamos desacreditar, mas essa incredulidade durará apenas por algum tempo pois logo após vem a realização da nossa pequena fé. É na pequena fé que veremos as montanhas se moverem. E nesse momento que veremos que a fé não é uma força positiva que me dará resultados momentâneos e na hora que quero, que fé é desenvolver a confiança no Deus que eu sirvo e acreditar completamente, plenamente, indiscutivelmente que Ele é fiel.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O que o dia 25 é para mim

24/12/10



Há tempos que não sou mais fã dessa data tão festiva e que comove pessoas do mundo todo para as compras e a mesa farta. Eu digo sempre que por mim excluiria essa data do meu calendário, assim como a passagem do ano novo. Não vejo mais graça, apenas a sombra de que um dia na minha infância era uma data em que toda a minha família se reunia e junto com os meus primos e amigos disputávamos quem iria dormir mais tarde. Já um adulto o brilho se foi e tudo o que vejo são pessoas correndo de um lado para o outro comprando, se liquidando ou gastando. O problema de tudo isso é que eu também acabo entrando na dança e fazendo a mesmíssima coisa já que tenho que aproveitar os presentes dos pais e familiares e o mês que sempre tem um dinheiro extra. E de um tempo para cá Natal se está mais introspectivo do que extrovertido pois pelo menos dentro de mim, em algum lugar do meu coração, procuro encontrar o lugar da manjedoura, do que é simples, um lugar onde está o salvador, a esperança do mundo. E mesmo não evitando a comemoração coletiva ainda gosto da data, amo ver as pessoas se abraçando desejando felicidade uns aos outros. Muito da história tem se levantado sobre o passado da data; os simbolismos da árvore da natal e a adoração pagã que existia nessa data. Com isso concordo. A história não pode apagar o descomprometi mento do ser humano. Já outros dizem que a bíblia fala para se lembrar apenas da morte.Mas eu não posso deixar de comemorar a vida daquele que veio para trazer a vida. Nascimento é festa. É momento de se alegar com os que estão a volta à espera do tão sonhado filho. Se isso é para nós, devemos também transferir para o filho de Cristo. Meu sonho é que um dia a chegada do salvador se torne real para o mundo e mesmo diante dessa data tão cercada por mistério macabros se torne em uma data de lembrança e culto ao verdadeiro príncipe da paz. Não posso deixar de ver o brilho das ruas da cidade que se enfeitam, da generosidade de muitas pessoas procuram pelo menos uma vez no ano fazer caridade para quem precisa, das lindas canções que exaltam o desejado das nações, dos abraços calorosos de amigos que não vejo durante o ano, do sorriso dos que estão na rua lançando fogos e se juntando aos parentes para contar as infinitas histórias que acumularam durante o ano.

Eu não gosto (apesar de achar que esse sentimento é mutável), mas não posso deixar de me alegrar, orar, louvar e agradecer ao meu amado Jesus. De dizer: Feliz Natal, Jesus nasceu!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

11/12/10 Meu silêncio

Há mais de uma semana não escrevo. Senti muita falta de escrever, mas quando ia me preparar para colocar os meus dedos na tecla do computador não conseguia, ou por falta de tempo ou simplesmente pura falta de inspiração. Os últimos dias aqui em Angola foram difíceis. A despedida não é fácil. É difícil você conviver com uma cultura, se imergir, fazer parte dela e depois abandoná-la e simplesmente se ver como um cidadão do nada até porque agora eu tenho que me readaptar a minha própria cultura. Foi penoso dar adeus às crianças, apesar de não termos feito isso com todo o grupo para que não sofrêssemos e nem elas. Os poucos que fiz foi a base de muitas lágrimas. O Geraldo quando soube que eu ia embora me abraçou fortemente e disse: “Fica conosco”. O que dizer diante do pedido de um menino. E os últimos dias foram também de muito stress já que fiquei nervoso por não conseguir fazer tudo o que tinha para fazer. Na quarta-feira, antes de partir para a Luanda, o Canenda se reuniu conosco e falou do quanto tinha sido importante a nossa estadia naquele lugar. Segundo ele, pessoas de lugares distante de onde estávamos souberam das obras sociais desenvolvidas como também do trabalho evangelístico que foi realizado na quarta-feira. Enquanto ele falava surgia na minha mente quantas pessoas que entenderam a causa desse trabalho e me apoiaram na oração e financeiramente e saber que eu não estou sozinho, mas que existem muitas pessoas por trás desse trabalho que me seguravam, me apoiavam e me mantém de pé através da oração no momento em que pensava que não iria conseguir.



No aeroporto

Quem disse que Angola quer me deixar? Depois de nove horas de estrada na ida de Lobito para Luanda e tendo que conviver com constantes paradas do ônibus para que as mulheres pudessem descer e urinar no meio da rua com apenas uma pano cobrindo as partes íntimas (isso é algo normal em Angola). Na rodoviária um pastor foi nos buscar e nos levou para casa de outro pastor, mas quem pensa que foi um trajeto fácil, não foi. O trânsito da capital é pior que São Paulo e um trajeto que levaríamos vinte minutos, levamos uma hora e meia. Chegamos às 7 da noite conversamos um pouco um pouco com o reverendo e sua esposa e logo fomos dormi já que às 4 da manhã teríamos que estar de pé já que 5:30 tínhamos que estar no guichê da TAAG para despacharmos as nossa malas e confirmarmos o vôo. Quando chegamos a aeroporto enfrentamos um enorme fila e fizemos tudo o que era necessário para ficar na espera para entrar no avião. Antes de subirmos tive que passar pela polícia e entregar o que eu tinha de Kwanza porque é proibido levar logo que fizemos isso começaram os boatos que o nosso vôo seria transferido para as 12:00 não deu 30 minutos para que o boato fosse que a aeronave só partiria às 23:30 com possibilidade só para o outro dia. Nisso começamos a ficar preocupados pois estávamos sem dinheiro para sequer almoçar. Comecei a ficar nervoso já que as funcionárias não davam uma explicação concreta e quando viam que estava nervoso, debochavam. Eu fiquei nervoso, fui a guichê e comecei a discutir com a supervisora da empresa para que ele fizesse algo por nós, já que isso é uma obrigação da empresa. Por fim, fiquei nervoso, com o corpo tremendo por dentro. Logo depois vieram e falaram para nós para não ficarmos nervosos que o certo era ir com calma para conseguir o apoio da empresa. E foi isso que fizemos, foi essa a lição que tive nessa dia: não me estressar nos momentos críticos. Eu me esqueci de provérbios que diz que a “palavra branda aplaca o furor”. Por fim às 3 da tarde depois de horas correndo de um lado para o outrouma funcionária disse que estaria nos transferindo para um hotel para passarmos a noite e nos alimentarmos. Foi um grande milagre isso já muitas pessoas que trabalham aqui há anos disseram que nunca viram a empresa realizar tal fato.

Estavamos já com os nossos corações preparados para ir a um lugar simples e que ficaríamos todos amontoados em um só quarto. Quando chegamos e para nossa surpresa, ficamos cada um em um quarto separado: ar condicionado, banheira, televisão de plama. Para quem não via isso há muito tempo era tesouro.

sábado, 4 de dezembro de 2010

04/12/10 A festa

Ontem foi o dia que estávamos há um mês e meio esperando. Foi um tempo de muito trabalho, suor e dedicação de um sonho que Deus colocou em nossos corações. Nós pensávamos que seria uma coisa simples, sem festa, apenas uma peça de roupas e sem calçado, mas como diz em provérbios “ O homem faz seus projetos, mas a resposta vem do Senhor”. A resposta de Deus é sempre melhor do que a nossa e Ele sempre faz aquilo que não pensávamos ou imaginávamos. Durante essa caminhada, Deus levantou pessoas, com um coração sensível a Sua voz para nos ajudarmos. Amigos, familiares e pessoas que nem conhecíamos se levantaram para investir nesse projeto. E Deus superabundou. As doações superaram todas as nossas expectativas e com isso foi possível acrescentar alegria no coração de cada criança, com isso pudemos comprar as roupas, calçados, brinquedos, material escolar, material esportivo, doces e provavelmente compraremos um armário ou o uniforme para o ano que vem. Nos cansamos muito, corremos de um lado para outro, se esquecemos até mesmo dos nossos afazeres (roupas sujas, quarto bagunçado, dia sem folga), mas o que eu sentia em tudo isso era que o Espírito Santo estava nos guiando. Antes de vir para cá, em um dia que estávamos bem desanimado, o avô da Jessica chegou a sua casa e nos deu uma palavra dizendo que em nossas mãos existia uma chave que Deus estava nos entregando e com ela aquilo que estava fechado se abriria. E durante esse período eu pude ver a realização dessa palavra profética, em cada lugar que íamos era uma porta que se abria e víamos e sentíamos o agir de Deus em nossas mãos; algo sobrenatural. De fato nos estressamos muito, às vezes perdíamos a paciência, mas no meu coração, do André e da Jessica, sempre esteve muito claro o nosso alvo.

Ontem acordamos bem cedo e logo subimos. Eu tinha avisado às crianças que o horário de chegada seria às 10 da manhã, avisei 15 vezes, mas a ansiedade as tirou de suas casa e às 7:30 da manhã estavam todos lá. Tivemos que mandar todos de volta para casa para que não se estragasse a surpresa. E logo começamos o trabalho: mana Leta na ornamentação da sala, André com os balões e eu Jessica e mano July enchendo as bexigas. Eu perdi as contas de quantas vezes subi e desci fazendo o trajeto casa-escola. Quando deu 10 em ponto estavam todas de volta ansiosas para saber o que iria acontecer. Mesmo com todas elas penduradas ao portão para saber o que tinha para acontecer, guardávamos segredo. Acabou que atrasamos um pouco para entrar com elas pois a arrumação demorou mais do que esperávamos. Quando chegou às 12:00 colocamos todas elas na outra sala enquanto a Jessica ficava cantando com elas e fazendo brincadeiras. Todos nós se assustamos pois não abriram a boca para nada. É claro que com a presença da Jessica elas já se silenciam, mas ontem foi passou dos limites, parecia que não existia ninguém.

Às 14:00, o almoço chegou. O cardápio foi frango frito, batata frita, arroz e molho de tomate. O Marcos ficou com a responsabilidade de mandar as crianças para a sala onde iria acontecer o almoço e eu e mana Leta organizávamos. Foi interessante ver o surpreender deles quando entravam na sala: os olhos ficavam admirados com tanta coisa que viam, colocávamos sentados à mesa. Depois de todos sentados, eu fiquei colocando os alimentos no prato junto com a Mila e Marcos e outra equipe ficou servindo. O que mais fiquei admirado foi a educação com que eles comiam sem derramar nada e com os maiores ajudando os menores a comerem. Depois de almoçarem foi o momento de servir a coca-cola. Fizemos a mesma coisa com o almoço: servimos a elas. Por fim chegou o momento dos presentes. Contamos a todos que aquilo foi um presente de Deus para eles e que Ele havia tocado na vida de muitos tios e tias para comprar as prendas e dizemos que antes delas receberem era momento de agradecermos a Deus. Chamamos um menino para dirigir essa hora. Foi emocionante ele agradecendo a Deus e todos os tios que ajudaram enquanto as outras repetiam. Na hora da entrega era possível ver a alegria nos olhos deles. Cada um recebia o seu presente, um pacote com doces e um pedaço de bolo. Os brinquedos serão entregues no natal.

Eu no fim de tudo pude agradecer a Deus por um dia que ficará marcado na minha vida para sempre. Mais uma vez obrigado a você que colaborou e entendeu essa missão. Em breve estaremos postando no site da base a planilha com todos os gastos como também as notas fiscais. Que Deus te abençoe e obrigado por fazerem as crianças angolanas sorrirem.