Me parece que esse rio não me encanta mais.
Perdeu o brilho a nitidez das suas águas e a garota que passava tão cheia de graça nem forçando um sorriso se alegra mais.
O Rio não é janeiro, mas dezembro porque é nesse mês que passa tão rápido que vem os votos de um janeiro mais saudável e cheio de alegria.
Eu quero sair desse rio, nem praia me encanta já que roubaram do seu chão as curvas que traziam a sua identidade.
O recurvo se tornou uma linha reta onde tem início e fim.
Ah, meu Rio!
Aonde estão aqueles braços abertos que com ternura recebia a todos que o contemplavam? Aonde você deixou o Cristo que era contemplado por todo o mundo.?
Roubaram a sua beleza, tiraram o sorriso que estava nos seus lábios e refletia da central até o bananal, ricochetando em santa Teresa chegando até Irajá.
Já não se ouve mais as tuas canções que atraiam milhares de amantes que exaltavam o seu povo.
A sua bossa se tornou na valsa de mães que choram a dor da perda.
As palavras soavam nas folhas de todos os jornais se tornaram em palavras de tragédia
A música que os seus moradores cantavam se tornaram em medo
Tiraram o meu Rio.
Ele está se secando.
Ele só está na lembrança.
Agora só está no poder de quem pode comprá-lo.
Se vendendo por segurança.
As suas nascentes já não estão para qualquer um apenas para quem tem posses para bebê-lo.
Cristo, salve o meu Rio.
Você que está em um lugar tão alto e que reflete a sua luz para quem o vê.
Diga para o meu Rio que um dia sonho em nadar nas suas águas de paz,começando em um janeiro de sossego, me banhanado nas águas de março, caminhado na treze de maio.
Um dia vou voltar a te vê-lo sorrir novamente,
pois meu Cristo irá te encontrar.
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