Há mais ou menos dois meses atrás eu e um grupo de amigos participamos de uma simulação da igreja perseguida chamada “Xtreme mission”. Foram três dias em uma floresta da cidade de Ponta grossa, onde enfrentamos frio de cinco graus. Nada de conforto, boa comida ou descanso. Foram dias em que realmente tivemos que viver sob os limites do nosso corpo. Ali tivemos a oportunidade de saber um pouco como é o dia-a-dia daquele que se arriscam a pregar o evangelho.
No último dia para chegar ao nosso último ponto tivemos que caminhar por quilômetros. Além de cansados, com peso nas costas por conta das nossas mochilas, tivemos que enfrentar a dor da fome. Éramos ao todo vinte e cinco pessoas que estavam vivendo a mesma realidade. No momento em que estávamos entrando em um vilarejo no meio do caminho encontramos uma goiabeira carregada de frutos que davam água na boca só de contemplar. Olhamos para um lado, olhamos para o outro e a cena era inacreditável: aquela árvore não tinha dono. Ela pertencia a quem passasse; quem quisesse se deliciar era só levantar as mãos, colher um fruto e se deleitar. A árvore estava carregada de frutos. Era tanta goiaba que todos puderam se saciar e ter forças para seguir o longo caminho que tínhamos pela frente. Era tanto fruto que deu o suficiente para nós e ainda sobrou para os futuros peregrinos.
Essa cena reflete o que nós como cristãos devemos ser. Se somos seguidores de Cristo devemos dar frutos: “Pelos seus frutos os conhecereis”. As nossas obras devem saciar a sede e a fome de um mundo que se encontra vazio. Devemos ser como a árvore que encontramos que não precisava de permissão para se colher. Qualquer pessoa que passasse tinha livre acesso. Hoje a nossa religiosidade estabelece limites e exibimos para todos as placas: propriedade particular, não toque! Escolhemos quem irá se alimentar.
O espírito de servo se esquece de impor limites.
É entrega total.
É alimentar e gerar mais frutos.
Sabendo que somos simples peregrinos nessa terra...
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